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“Olhem também pelo Pará”, escreve professora em O GLOBO

O índice de homicídios no Pará é maior do que em São Paulo. Em 2017, foram 3.503 em São Paulo, com 45.094.866 habitantes; 3.782 no Pará, com 8.366.628 habitantes. 

A violência interiorizou-se e impacta todos os 144 municípios, de Belém a cidades pequenas como Mocajuba e Altamira, que lidera a relação dos municípios mais violentos do país.


O ano de 2018 começou com números assustadores. Apenas em janeiro foram 434 mortes violentas, sendo 370 homicídios, 14 latrocínios, uma lesão corporal seguida de morte e surpreendentes 49 mortes por intervenção policial. A polícia que mais mata é a que mais morre. O Pará é o segundo estado que mais mata policiais.

No dia 9 de abril, a Região Metropolitana de Belém intensificou seus “tempos de guerra”. A morte de dois policiais nos arredores da capital desencadeou uma escalada de violência com 11 pessoas assassinadas com características de execução. A instalação do gabinete de crise pelo governo estadual — liderado pelo secretário de Segurança Pública e Defesa Social, delegado Luiz Fernandes Rocha — foi o reconhecimento de que a situação é gravíssima.
Para coroar o cenário de caos, um motim no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel, resultou em 21 mortos e 15 feridos, sendo cinco agentes penitenciários. A Comissão Nacional de Direitos Humanos ainda investiga o episódio.

Na era do WhatsApp, narrativas de envolvidos dos dois lados atestam uma guerra entre o crime organizado, com presença do Comando Vermelho, das milícias, do tráfico clássico e do Estado. No meio desse caos, a sociedade. Os áudios revelam ações de revide e disputa de poder. Morre um policial, em seguida morrem mais pessoas. Depois, mais policiais que se tornam alvos de vingança.

Em abril, o ministro da Defesa ofereceu apoio da Guarda Nacional. Mas o governo do Pará rechaçou a ajuda.

Chegamos a maio. Nada mudou. Agravou-se. Não ganhamos os noticiários com seriedade. Já são mais de 1.200 mortes violentas. Em média, 13 por dia; 24º policial morto. Popularizou-se o toque de recolher. Qualquer um pode morrer. Crianças, adolescentes, trabalhadores de toda sorte. Gente com “passagem pela polícia…” também. Mas não só. Tombou também um menino de 13 anos que cometeu o crime de estar no lugar onde a pobreza é rainha, e a violência é madrinha ingrata.

O sistema carcerário está superlotado. E o Instituto Médico-Legal também. A maioria dos municípios não conta com defensor público, o que resulta em índices vergonhosos de presos não julgados. São 6.055 provisórios, de um total de 17.150. O sistema de Justiça não dispõe de condições para operar.

Há uma disputa de narrativas: a clássica — que se refere à matança como “extermínio de bandidos”, muito encampada por segmentos pró-milícia — faz crer que todos os mortos são bandidos. E prolifera-se uma grave versão de higienização, referindo-se às mortes como “faxina”. E a narrativa insurgente — que entende o processo como genocídio de gente pobre e preta — reforça que no mercado das mortes as milícias cobram cerca de mil reais por execução. Deve surgir uma narrativa nova, que olhe para uma revisão do papel do Estado e o pacto com a sociedade.


Tudo isso deve soar familiar Brasil afora. Mas o Pará também clama por atenção. Olhem por nós!

Com informações de OGLOBO

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