Ditadura Militar: 89 morreram ou desapareceram após reunião relatada pela CIA em que Geisel autoriza mortes.
Oitenta e nove pessoas morreram ou desapareceram no Brasil
por motivos políticos, a partir de 1º de abril de 1974 e até o fim da ditadura,
segundo levantamento do G1 com base nos registros da Comissão Nacional da
Verdade (CNV). Foi a partir desta data que o general Ernesto Geisel, então
presidente do Brasil, autorizou execução de opositores, segundo documento da
CIA tornado público recentemente pelo governo americano.
De acordo com o levantamento do G1, além dos 89 casos
confirmados, há outras 11 pessoas que podem ter morrido ou desaparecido a
partir de 1º de abril de 1974 – a data não foi esclarecida pela CNV. Além
disso, pode haver mortes e desaparecimentos durante esse período da ditadura
que não foram registrados.
Entre as vítimas desse período, estão o jornalista Vladimir
Herzog, assassinado em 25 de outubro de 1975 após se apresentar voluntariamente
ao Centro de Operações de Defesa Interna, um órgão militar da ditadura; e o
metalúrgico Manoel Fiel Filho, que foi torturado até a morte, em 17 de janeiro
de 1976, nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do
II Exército, em São Paulo.
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As informações sobre as vítimas do regime militar estão nos
relatórios da CNV, que foi criada para apurar violações de diretos humanos
entre 1946 e 1988.
Embora tenha feito uma extensa pesquisa histórica, não foi
essa comissão que revelou o reconhecimento explícito de que decisões sobre
morte de opositores foram tomadas pelo Planalto.
A confirmação está um memorando da CIA (a agência de
inteligência americana), descoberto pelo pesquisador Matias Spektor, da
Fundação Getulio Vargas (FGV). Com data de 11 de abril de 1974, o documento foi
tornado público em 2015 pelo governo americano.
Com informações do G1
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