Imagine que para movimentar sua rotina você dependa de óleo diesel. Que para sair de casa, cozinhar, ter iluminação necessária para passar a noite necessite do derivado do petróleo. É justamente nessa dependência que milhares de ribeirinhos da região do Marajó tentam sobreviver, e sofrem.Neste mês de junho, a equipe do DIÁRIO acompanhou o trabalho da Delegacia Fluvial da Polícia Civil e comprovou uma realidade espantosa: a luta de paraenses, muitos esquecidos pelo desenvolvimento econômico e social e penalizados pelo processo histórico a que foi submetida aquela área da região amazônica. Para Sarraf, o perigo da exploração sexual está ligado a esse problema. “As meninas vendem seus corpos por presentes e dinheiro”, lembra o professor, que confirma a ligação da prostituição infanto-juvenil ao escambo do óleo. Além disso, quando meninos se aproximam com as irmãs das balsas, muitas embarcam e vão embora. “Elas pegam o ‘estirão’ e deixam toda a referência, ou seja, suas casas, para trás. ...