Trinta sarcófagos de madeira pintada foram apresentados
neste sábado, em excelente estado de conservação, depois que foram encontrados
em Asasif, no Vale dos Reis, perto de Luxor (sul do Egito).
"É a primeira descoberta em Asasif (feita por uma
equipe egípcia) de arqueólogos, conservadores e trabalhadores", declarou o
secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, Mustafa Waziri, em uma
entrevista coletiva em Luxor.
Asasif é uma necrópole antiga situada na margem oeste do
Nilo.
Os sarcófagos foram descobertos na semana passada. Algumas
fotos foram divulgadas antes do anúncio oficial, que aconteceu neste sábado
(19) diante do templo de Hatshepsut.
As 30 peças de madeira pintada, que serviram de caixão para
homens, mulheres e crianças, foram encontradas a um metro de profundidade,
empilhadas em duas linhas. Pertenciam a uma importante família de sacerdotes.
Turistas conferem os sarcófagos revelados neste sábado no Egito — Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters |
Waziri destacou que as escavações feitas pelos ocidentais no
século XIX se concentraram nas tumbas dos reis, enquanto os trabalhos recentes
dos egípcios revelaram um "depósito de sacerdotes".
Os 30 objetos encontrados poderiam datar de cerca de 3.000
anos, no século X a.C.
Sobre um fundo amarelo é possível distinguir marcas
vermelhas e verdes e alguns traços pretos. Hieróglifos, várias divindades
egípcias, pássaros, cobras e flores de lótus decoram a madeira.
"Realizamos apenas alguns retoques de primeira
necessidade nos caixões, em muito bom estado", declarou Salah
Abdel-Galial, um restaurador local do ministério de Antiguidades, ao exibir uma
das peças.
De acordo com o ministro das Antiguidades, Khaled Al Enany,
este tipo de descoberta, muito importante, enfrentou problemas após a revolta
popular de 2011 que expulsou Hosni Mubarak do poder .
Há vários anos, as autoridades egípcias anunciam com
frequência descobertas arqueológicos, com o objetivo de estimular o turismo,
prejudicado pela instabilidade política e os atentados que aconteceram no país
desde a revolução de 2011.
Os 30 objetos encontrados poderiam datar de cerca de 3.000 anos, no século X a.C. — Foto: Mohamed Abd El Ghany/Reuters
|
Mas várias autoridades, incluindo o presidente Abdel Fatah
Al Sisi, repetiram nas últimas semanas que a estabilidade retornou ao país,
após os protestos registrados em meados de setembro que, apesar do número
limitado de simpatizantes, foram duramente reprimidos.
"Algumas pessoas, não queremos citar nomes, não querem
que consigamos fazer estas descobertas [...] que impressionam o mundo",
declarou Al Enany, em referência aos críticos do governo do Egito.
"Estas descobertas são de um valor incalculável para a
reputação do Egito", disse.
O ministro informou que a importante coleção encontrada em
Asasif será transferida em 2020 para o novo Grande Museu Egípcio.
Com informações do G1/Mundo
Comentários