Considerado o mais novo serial killer dos Estados Unidos,
Harvey Robinson tinha apenas 17 anos quando estuprou e matou sua primeira
vítima. Em pouco tempo, estuprou e matou mais duas mulheres e estuprou uma
menina de 5 anos. Sua quinta vítima foi estuprada, mas conseguiu escapar da
morte. Robinson voltou à casa dela para matá-la. Mas a polícia estava à
espreita. Trocaram tiros e ele se feriu. Foi preso no hospital.
Por suas duas primeiras ações criminosas, Robinson foi
sentenciado à pena de morte. A sentença foi anulada por razões processuais e
comutada para prisão perpétua. Mas essa sentença também caiu, porque, em 2012,
a Suprema Corte dos EUA decidiu que a pena de prisão perpétua para menores era
inconstitucional.
Policial conduzindo Harvey Robinson |
Nesta semana, Robinson, agora com 44 anos, compareceu a uma
audiência, em que sua pena, por suas primeiras ações criminosas, foi comutada
para 35 anos – e veio acompanhada de uma surpresa. O juiz Edward Reibman, do
Condado de Lehigh, na Pensilvânia, lhe pediu que considerasse, em seu testamento,
a doação de seu cérebro a cientistas que estudam mentes criminosas – ou
comportamentos criminosos.
Depois de Robinson murmurar alguma coisa que ninguém
entendeu, o juiz argumentou: “Doar seu cérebro à ciência é uma forma de
compensar um pouco a sociedade por seus crimes horríveis. É um pequeno presente
para ajudar a ciência a entender seu comportamento”.
O juiz explicou ainda a Robinson que o estudo das concussões
na prática de esportes e o próprio estudo do cérebro se aperfeiçoou muito desde
que ele foi condenado.
“Vou ver se a doação do meu cérebro é consistente com minha
religião”, disse Robinson, que é muçulmano, segundo o jornal The Morning Call e
o site lehighvalleylive.com.
De acordo com o Departamento de Saúde e a Divisão de
Serviços Humanos de Transplantes, os seguidores do Islamismo podem doar seus
órgãos, desde que sejam cumpridas as diretrizes e controles da religião.
O juiz tinha uma razão para pedir a Robinson,
especificamente, que doasse seu cérebro a ciência. Sua defesa, no julgamento,
sustentou que ele sofreu lesões cerebrais ainda criança. Dois serial killers
famosos, Ed Gein e Gary Heidnik, sofreram lesões cerebrais ainda crianças,
segundo testemunhos na justiça e um estudo do Centro Médico da Universidade de
Vanderbilt.
Esse estudo conclui que lesões cerebrais contribuem para o
comportamento criminoso, por danificar regiões do cérebro envolvidos em
processos neurológicos complexos. Já há algum tempo, os cientistas tentam
descobrir o que motiva os assassinos em série, a química do cérebro e as lesões
cerebrais.
A primeira vítima de Robinson, então com 17 anos, foi a
auxiliar de enfermeira Joan Burghardt de 29 anos. Ele a matou a pauladas,
depois de estuprá-la. A segunda foi Charlotte Schmoyer, que tinha 15 anos e era
entregadora de jornal – o Morning Call. A polícia encontrou o corpo dela no
mato, com marcas de 22 facadas.
A terceira foi Jean Fortney, uma avó de 47 anos. Logo
depois, Robinson espancou e estuprou Denise Sam-Cali que, apesar de tudo,
conseguiu escapar. Depois de preso, exames de DNA o conectaram a todos os
crimes.
Apesar de já ter passado 25 anos na prisão, faltando 10 para
completar a pena agora comutada para 35 anos, Robinson não vai sair da prisão
tão cedo. Ele ainda tem penas que somam de 90 a 118 anos de prisão pelos demais
crimes.
Com informações do CONJUR
Comentários