Ele é um jovem de apenas 23 anos, nascido em Belém do Pará e
fã do açaí do norte do Brasil. Seria um paraense como outro qualquer se
atualmente não morasse no Oriente Médio e fosse um combatente do Exército de
Israel. Em entrevista ao G1, durante férias no Brasil, Fernando Larrat Miranda
relembrou o choque que sentiu ao ver o primeiro míssil cair perto de onde
estava. Também disse que a visão que tinha daquela terra mudou após ingressar
no serviço militar.
O que faz um jovem deixar uma cidade amazônica e ir para o
outro lado do mundo? Essa é uma das perguntas que Fernando está acostumado a
receber e passa horas respondendo. Mais ainda: o que faz alguém sair do Brasil,
país que não tem confronto com outras nações, para se alistar voluntariamente
ao Exército israelense?
Ele contou que a mudança foi possível porque tem
descendência judia, por conta de sua avó que migrou do Marrocos à Belém há
décadas. Isso lhe permitiu solicitar o reconhecimento à nacionalidade
israelense e lhe garantiu acesso ao pequeno país criado depois do Holocausto e
da 2ª Guerra Mundial para ser o lar dos judeus.
"Desde muito jovem senti um vínculo, uma importância.
Precisava ir um dia para o meu lugar de origem, onde o povo judeu veio. Não
queria saber das histórias de longe, queria ver de perto como é que é. Sempre
pensei em uma forma de ajudar o meu povo.” Trabalhar no Exército foi a forma
que ele encontrou para isso.
No Centro de Recrutamento, ele falou sobre a decisão de
fazer parte do grupo. O pai dele, paraense e de origem católica, também é
militar. “Expliquei que era um imigrante judeu, mas que tinha vontade de servir
ao Exército, queria ver de perto como as coisas acontecem. O Exército
israelense é um dos mais poderosos do mundo e eu queria ter essa experiência”,
diz.
Fernando conta que, ao chegarem, os recrutas são separados
segundo seu perfil. Nos três primeiros meses, cada combatente é levado à
exaustão. Depois é hora do treinamento inicial, quando recebem fuzis e, em
seguida, do avançado, já focado na guerra. Nesta etapa, ocorre o treinamento
grupal de operações, mas também estudos.
“O Exército israelense não é só estar lá com arma na mão. A
gente estuda muito, estuda Israel, politicamente falando, a relação com os
outros países para entender os povos que vivem lá dentro: judeus, cristãos,
árabes. Lá tem de tudo. É um país que mostra a possibilidade de vários povos
diferentes, de pensamentos diferentes, viverem juntos”, afirma.
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Fonte: G1/PA.
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