Até sábado, 15, os Jogos Paraolímpicos Escolares Paraenses reúnem cerca de 300 estudantes com deficiência da rede pública estadual e municipal e também da rede privada. Além da bocha, este ano os alunos competem em outras oito modalidades (atletismo, goaball, futebol de 5, futebol de 7, futsal, natação, judô e tênis de mesa).
Desta edição, a sexta, participam alunos de doze municípios paraenses: Abaetetuba, Barcarena, Belém, Castanhal, Igarapé-Miri, Marabá, Moju, Parauapebas, Mosqueiro, Ulianópolis, Vigia e Santa Bárbara.
As competições ocorrem no Núcleo de Esporte e Lazer (NEL), Estádio Olímpico do Pará, Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Instituto Federal do Pará (IFPA). Os Jogos Paraolímpicos são destinados a alunos com deficiência física, visual e intelectual, com o objetivo de desenvolver o esporte adaptado, selecionando os atletas que representarão o Pará na etapa nacional das Paraolimpíadas Escolares, que ocorrem em dezembro, em São Paulo.
Concentração, raciocínio e coordenação motora. Estas são algumas das características exigidas aos atletas da bocha, esporte trazido para o Brasil pelos imigrantes italianos e que passou a ser adaptado especificamente para pessoas com paralisia cerebral que utilizam cadeiras de rodas, e que estreou no programa oficial paralímpico em 1984, na cidade de Nova Iorque. A modalidade, uma das disputadas durante os Jogos Paraolímpicos Escolares Paraenses, em Belém, tem se tornado sinônimo de superação na vida de estudantes portadores de necessidades especiais da capital e do interior.
Desde que começou a praticar a modalidade, há cerca de dois anos, a jovem Jennifer Santos, 19, se apaixonou pelo esporte. “A gente vê no dia-a-dia, o esforço e o brilho nos olhos dela a cada competição”, afirma a avó da menina, Rosa Ilda Mendes, 62. Aluna da Escola Anísio Teixeira, em Marabá, município do sudeste paraense, Jeniffer foi uma das estudantes que participaram nesta quinta-feira, 13, no ginásio do Núcleo de Esporte Lazer da Secretaria de Estado de Educação, das disputas de bocha nos Jogos Paraolímpicos Escolares.
Durante o jogo, o atleta pode usar as mãos, pés, cabeça, instrumentos de auxílio e ajudantes - permitidos a pessoas com grande comprometimento nos membros superiores e inferiores. O objetivo é lançar bolas, vermelhas ou azuis, uma cor para cada competidor, o mais perto possível de uma bola branca, a Jack (também conhecida no Brasil como Bolim). “Não é um jogo de sorte, mas sim de extremo raciocínio e estratégia”, explica Arionaldo Reis, treinador de Jennifer.
A prática do esporte, segundo Ari, tem representado diversos benefícios para a vida dos alunos. Além de desenvolver o lado cognitivo dos estudantes, ele observa que a prática da bocha também ajuda a melhorar a coordenação motora e a interação social.
“A bola não é leve e a repetição dos movimentos, com a mão e os pés, permite que o físico e a coordenação deles também melhorem muito. Por outro lado você está tirando essa pessoa, que muitas vezes vive sem perspectiva, de dentro de casa para se relacionar com outras pessoas. Isso é inclusão”, afirma.
>> Esses benefícios já são observados pela funcionária pública Maria de Nazaré Barbosa, 47, no filho Lucas Roger de 20 anos, que fez sua estreia em competições. “Não só eu, mas toda a família vê esses resultados. Isso também acaba chegando até a gente. É sempre muito emocionante acompanhar ele e ver todo o progresso que vem fazendo”, afirma.
Fonte: Agência Pará
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