Uma paciente que ficou internada na UTI do Hospital
Evangélico, em Curitiba, em dezembro de 2012, pediu aos familiares para sair do
local.
Segundo a família, a mulher internada escreveu um bilhete fazendo a
solicitação.
“Eu preciso sair daqui,
pois tentaram hoje me matar desligando os aparelhos”, diz um trecho.
A paciente
contou ao G1 que, quando ainda estava entubada, escutou alguém mandando
desligar o aparelho.
“Era 8h da manhã, a médica [Virgínia Soares de Souza, presa na terça-feira (19)] disse que queria ver se eu aguentava até as 16h. Mas, assim que ela deu as costas, a enfermeira colocou o respirador e disse que não deixaria que fizessem isso comigo”.
Trechos de gravações do depoimento prestado pela médica Virgínia Soares Souza, indiciada por homicídio qualificado contra pacientes da UTI do Hospital Evangélico de Curitiba, foram obtidos com exclusividade pela RPC TV. Nas transcrições, ela afirma que foi mal interpretada por falas como “Quero desentulhar a UTI que está me dando coceira”.
A frase teria sido dita
pela médica, mas a origem da gravação não foi informada pela polícia.
O advogado da médica, Elias Mattar Assad, disse que teve acesso a parte do inquérito e que não há provas contra Virgínia Soares. "Nas várias certidões de óbito de pessoas que teriam morrido, nenhum dos atestados foi firmado pela minha cliente. Todos as certidões também tinham laudos do IML atestando as mortes como sendo ou de causas acidentais ou naturais", ressaltou o advogado.
A médica Virgínia Soares de Souza, que dirigia o setor de
UTI do hospital, foi presa em uma operação que investiga uma série de mortes na
UTI do segundo maior hospital da cidade.
A médica prestou depoimento na tarde de terça-feira, mas o conteúdo não foi divulgado em virtude do sigilo.
Fonte: G1
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