Por decisão do novo presidente da República, Jair Bolsonaro,
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento assumirá a
responsabilidade de identificar, delimitar e fazer as demarcações de terras
indígenas a partir deste ano. Até então, o processo ficava a cargo da Fundação
Nacional do Índio (Funai).
Foto: Fanpage Floresta Protegida |
A mudança da Funai para o Ministério da Agricultura não é
uma novidade surpreendente, já que haviam rumores de que isso poderia acontecer
assim que o novo governo tomasse posse. As alterações foram publicadas no
Diário Oficial da União, na noite desta terça-feira (1º), no primeiro dia do
ano, pouco após a posse de Bolsonaro.
Criada em 1967, durante o período da ditadura militar, a
Fundação Nacional do Índio é vinculada ao Ministério da Justiça, agora
subordinado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. No
entanto, a partir desta decisão de Bolsonaro, os assuntos relativos às terras
indígenas passarão a ser de responsabilidade da ministra e líder ruralista
Teresa Cristina.
A publicação no Diário Oficial de ontem também transfere
para o ministério de Teresa Cristina, a responsabilidade pela regularização de
terras quilombolas. Tal atribuição era antes do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária ( Incra ).
A medida provisória publicada ontem se restringe apenas a
indicar qual órgão ficará encarregado da tarefa, sem informar como funcionará o
processo de demarcação, tanto das terras indígenas quanto das quilombolas.
No caso de terras quilombolas , o processo, atualmente,
envolve sete etapas, começando pela abertura de um processo no Incra. Na
sequência, estudos e relatórios sobre a área reclamada são elaborados, até que
um decreto presidencial oficialize a concessão do título de propriedade, se o
entendimento for de que a região pertence, de fato, a descendentes de escravos.
Hoje, segundo a Funai , são 462 terras indígenas no Brasil –
o que representa 12,2% do território nacional – mas só 8% estão regularizadas.
A maior parte dessasterras demarcadas se concentra na área da Amazônia Legal.
Com informações da Agência Brasil.
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