Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitir o
"colapso" na rede de saúde de Manaus, com pacientes morrendo por
asfixia por falta de oxigênio nos hospitais, o presidente Jair Bolsonaro
afirmou nesta sexta-feira, 15, já ter feito a sua parte. Segundo ele, foram
enviados recursos e outros meios ao Amazonas para o enfrentamento da covid-19.
O vice-presidente, Hamilton Mourão, também saiu em defesa do governo, dizendo
que não era possível prever a situação em Manaus e que estão fazendo 'além do que
podem'.
"A gente está sempre fazendo o que tem que fazer, né? O problema em Manaus é terrível. Fizemos a nossa parte, com recursos e meios", afirmou ele a apoiadores no Palácio da Alvorada, citando também a ajuda das Forças Armadas ao levar insumos ao Estado. "O ministro da Saúde esteve lá na segunda-feira e providenciou oxigênio, começou o tratamento precoce, que alguns criticam ainda", completou.
Com a nova explosão de casos de covid no Amazonas, o estoque
de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus na quinta-feira, 14, segundo
relatos de médicos. O governo federal anunciou que nesta sexta-feira começou a
transferir pacientes para outros Estados e pediu ajuda aos Estados Unidos com o
fornecimento de um avião adequado para levar cilindros a Manaus.
Ontem, ao comentar a situação em Manaus em "live"
ao lado de Bolsonaro, Pazuello disse que "a responsabilidade é da
prefeitura e do governo". Ele admitiu que a cidade vive um
"colapso" na situação do atendimento de saúde, mas disse que o
ministério "apoia em todos os aspectos".
Vacinação
Nesta sexta-feira, sem dizer a qual imunizante se referia,
Bolsonaro disse que não faz "campanha contra vacina". Entretanto, o
presidente ressaltou se tratar, segundo ele, de algo "experimental" e
disse que tornar a vacinação obrigatória seria "uma
irresponsabilidade". "Queriam aplicar em crianças", afirmou, sem
citar a fonte da informação. A imunização em todos os lugares do mundo onde já
foi iniciada não inclui crianças ou gestantes, que não fizeram parte dos grupos
testados.
Na quarta-feira, o presidente ironizou o índice de eficácia
da vacina Coronavac, de 50,38%, pouco acima do mínimo exigido pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para um imunizante ser aprovado. O
produto é desenvolvido pelo Instituto Butantã, ligado ao governo de São Paulo,
de João Doria, adversário político de Bolsonaro.
Com informações do Terra.
Foto: Presidente Jair Bolsonaro e ministro interino da
Saúde, Eduardo Pazuello em foto de 9 de junho / Crédito: Adriano Machado/
Reuters
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