Lorrana Madalena da Luz Manoel foi sepultada na tarde desta
sexta-feira. Em estado de choque, a mãe suplicava para que a adolescente
acordasse.
Sob forte comoção, a menina Lorrana Madalena da Luz Manoel,
de 14 anos, foi sepultada na tarde desta sexta-feira (25) no cemitério Tanque
do Anil, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A adolescente morreu sob
suspeita de envenenamento na quarta-feira. Em estado de choque, a mãe da jovem,
Gisela José da Luz, 32 anos, suplicava para que ela acordasse no caixão.
Durante o velório, a mãe de Lorrana, repetiu diversas
vezes:"Nossa Senhora vai ressuscitar minha filha e vou levá-la de volta
para casa", contou Simone Teixeira, 48 anos, prima de segundo grau da
menina. Cerimônia reuniu 200 pessoas.
A adolescente teria contado à mãe, horas antes da morte, que
ganhou uma bala de uma mulher no trem. "Ela pegou a primeira bala e
colocou na boca dela. Em seguida, ela me deu a bala. Eu não vi maldade, porque
ela estava chupando a bala também", teria dito a menina à mãe, segundo a
prima Simone Teixeira. "Viu como ela é maquiavélica? Lorrana ia guardar a
bala, mas disse que a moça ainda falou assim: 'Chupa, que é gostosa. É muito
boa essa bala. Você vai gostar'. E ela chupou", completou.
Segundo Simone, a conversa aconteceu depois que a menina
saiu do curso de informática, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, e foi até o
trabalho da mãe, em Caxias, de trem. Ao chegar ao trabalho de Gisele, Lorrana
ainda tirou selfies e depois reclamou de uma forte dor de cabeça.
Ela disse: 'Mãe, a bala que aquela moça me deu dentro do
trem está me dando muita dor de cabeça. Depois que eu chupei a bala, eu me
senti mal'. A mãe nunca ia imaginar. Você senta do lado de uma pessoa em um
trem e ela olha para você com um sorriso, gentilmente te oferece uma bala e
quer te matar. Quem vai imaginar isso?", questionou a prima, inconformada.
A menina também disse à mãe, segundo a prima de segundo
grau, que nunca tinha visto a mulher.
Simone contou que as duas foram para casa e a menina repetiu
a história para a avó materna. Em casa, teria tomado um analgésico para a dor
de cabeça. Por volta das 22h, mãe e filha comeram um cachorro-quente em uma
barraquinha de uma tia, que existe há mais de 30 anos no local.
Por volta de 1h de quarta-feira, a menina começou a passar
muito mal com a boca espumando. Um tio a levou para a UPA Jardim Íris, em São
João de Meriti, onde Lorrana morreu após três paradas cardiorrespiratórias.
No caminho, a jovem suplicou à mãe: "Não me deixa
morrer", disse a prima Simone. A menina morava com dois irmãos menores, a
mãe e a avó materna no bairro Jardim Metrópole, em São João de Meriti. Ela
faria 15 anos no dia 6 de janeiro e a festa de debutante já estava sendo
preparada.
Envenenamento por chumbinho:
O pai de Lorrana, Luciano da Silva Manoel, 37 anos,
confirmou que a equipe médica da UPA Jardim Íris detectou que a morte foi
causada por carbamato, mais conhecido como chumbinho, mas não soube dizer a
quantidade. "Não tenho mais o que dizer, porque está em
investigação", afirmou Luciano.
A Polícia Civil não descarta nenhuma linha de investigação
para o caso.
Fonte: ÚltimoSegundo
Comentários