
A apresentação, que terminou às 3h34, depois de 1 hora e 19 minutos, lembrou dos romeiros do Círio de Nazaré em seu trecho final.
A cantora Fafá de Belém foi um dos destaques da apresentação, passando duas vezes pela avenida. Primeiro ela foi heroína paraense na comissão de frente, segurando a bandeira do estado. Depois, a artista fechou o desfile na ala que retratou os romeiros do Círio de Nazaré.
A escola contou ainda com a presença das atrizes Dira Paes e Rosamaria Murtinho, das cantoras Gaby Amarantos e Leila Pinheiro, dos cantores Elymar Santos e Beto Barbosa.A escola levou para o sambódromo 3.200 integrantes, em 31 alas, sete carros alegóricos e um tripé.
O carnavalesco Cahê Rodrigues, ao lado dos cenógrafos Mário Monteiro e Kaká Monteiro, assinou o desfile da Imperatriz Leopoldinense, que trouxe para a Sapucaí "Pará: o muiraquitã do Brasil", apresentando a história e a cultura do estado.
Segundo Cahê, detalhes artesanais presentes nas alegorias enriqueceram a apresentação. "Nós temos um carro com vasos de cerâmica marajoara pintados à mão, um por um. Foi um carro bem trabalhoso", disse antes do desfile.
No carnaval de 2012, a agremiação ficou em 10º lugar.
A bateria da Imperatriz Leopoldinense foi comandada por Márcio de Souza Cesário, o mestre Noca, que teve a companhia da rainha Cris Vianna.
Os ritmistas vestiram roupas inspiradas na cerâmica do Pará, homenageando o artesão popular responsável por transformar barro em arte, em uma relação harmônica entre o povo do estado e a natureza.
O samba enredo foi interpretado por Dominguinhos do Estácio, um dos autores da canção que deu o primeiro título da escola, em 1980, e Wander Pires, que recebeu o estandarte de ouro de 1996 com o título da Mocidade.
A comissão de frente, com participação de Fafá de Belém, foi criada por Alex Neoral. Nela, ancestrais de indígenas paraenses anunciaram a passagem da escola verde e branco. Os donos das terras exibiram cocares floridos e apresentaram ao público o Muiraquitã, amuleto da sorte para os índios.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira foi formado por Phelipe Lemos, de 23 anos, e Rafaela Theodoro, de 20 anos, que pela terceira vez consecutiva defendem o pavilhão da escola. Na primeira vez em que formaram o par, foram o mais jovem casal a passar pela avenida.
O carro abre-alas destacou a coroa símbolo da agremiação, que girou reluzindo como uma joia em meio a floresta. A escola mostrou tribos indígenas que ajudaram a construir a história do estado e destacou a relação desses povos com elementos da natureza.
Também falou da chegada do homem branco às terras antes ocupadas apenas pelos nativos com o carro "O karaíba encontra o místico solo sagrado", que teve a presença da atriz Dira Paes como Iara mãe d'água para representar "a invasão do homem branco e o espanto que eles têm com as lendas", segundo o carnavalesco Cahê Rodrigues.
O desfile seguiu com o legado que o ciclo do ouro e da borracha deixou para o Pará com uma réplica do Teatro da Paz. Um efeito especial de luz no centro da alegoria revelou uma floresta interna dentro do teatro. Na sequência, um carro alegórico representou o tradicional mercado do Ver-o-Peso, trazendo muitas cores e produtos naturais como camarão seco. O carro teve um pequeno problema, que gerou fumaça, e foi acompanhado por bombeiros.
Os ritmos e as danças do Pará foram lembrados no carro "Pará Tecnoshow". A Imperatriz mostrou como a música paraense invadiu o Brasil, destacando no centro da alegoria Gaby Amarantos. Ganhou espaço também o treme, estilo de dança divulgada por pela cantora, além de Beto Barbosa e Pinduca, conhecido como rei do carimbó.
A escola encerrou o desfile com uma romaria de fiéis, seguidos do último carro, homenagem ao Círio de Nazaré. A cantora Fafá de Belém chorou, emocionada, durante sua segunda passagem pela avenida.
Fonte: G1/RJ
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