Em consonância com o decreto estadual de boas práticas para
os batedores de açaí no Pará, a Prefeitura de Barcarena, por meio da Secretaria
Municipal de Saúde (Semusb), vai fechar cerca de 200 pontos irregulares de
comercialização do produto no município. O objetivo é garantir que a qualidade
do açaí chegue à mesa do consumidor e resguarde a saúde da população que
consome o produto, eliminando o risco de contaminação pela Doença de Chagas.
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Foto: Divulgação/Internet |
De acordo com a Vigilância Sanitária de Barcarena, órgão
ligado à Semusb, a ação ocorre depois de diversas tentativas de diálogo com os
batedores para a regularização dos pontos de venda. “Nós conversamos com os
profissionais, chamamos para as capacitações, apresentamos a forma correta de
manusear o fruto, então agora é hora de medidas mais enérgicas contra o risco à
saúde da população”, afirmou Daniele Brandão, coordenadora da Vigilância
Sanitária do município.
A Semusb solicita que o batedor do fruto deixe exposto no
ponto comercial o certificado de qualidade do açaí, documento emitido pela
Vigilância Sanitária. A secretaria também esclarece que os profissionais que já
deram entrada na emissão do certificado vão ter um tempo de adequação.
Nesse processo, a população também pode colaborar com o
poder público. “Se o ponto de venda não apresentar o certificado da Vigilância,
o consumidor pode duvidar da qualidade do produto. O vilão não é o açaí, o
vilão é a falta de higiene. Nós vamos ficar em cima para que o açaí vendido em
Barcarena seja de qualidade e não ofereça riscos à saúde dos nossos moradores”,
afirmou a secretária de Saúde, Eugênia Teles.
Para evitar que os rejeitos do batimento do açaí sejam
despejados de forma irregular em Barcarena, a Secretaria Municipal de
Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano (Semdur) vai distribuir suportes para
armazenamento de caroços usados para os pontos regularizados pela Vigilância
Sanitária.
Casos – Em 2017, Barcarena registrou 20 casos da Doença de
Chagas; entre janeiro e novembro deste ano, também foram identificados 20 casos
da enfermidade no município. Também conhecida como tripanossomíase americana, a
Doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma Cruzi e tem como
principal vetor um tipo de percevejo popularmente conhecido como barbeiro.
A transmissão oral está associada, na maioria dos casos, ao
consumo de açaí contaminado, em razão do uso acentuado da fruta na culinária da
região norte. Como ainda não há vacina contra a Chagas, o cuidado higiênico com
a manipulação do fruto é a principal forma de prevenção da doença.
Procedimentos – Para evitar riscos de contaminação pela
Doença de Chagas, o batedor de açaí deve cumprir uma série de etapas. O fruto
precisa passar pelo peneiramento e pela catação, ser submetido a lavagem em
três águas para retirada toda sujeira, ficar de molho em água com cloro e
passar pelo branqueamento, quando o açaí
é mergulhado em água a 80 graus por dez segundos.
Serviço - Para se regularizar, depois de interditado o ponto
de venda, o batedor deverá comparecer à sede da Vigilância Sanitária, pagar a
multa de, pelo menos, 350 reais e padronizar o espaço onde o açaí é batido para
atender as boas práticas de manutenção do fruto para venda. A Vigilância
Sanitária fica no prédio da Vigilância em Saúde, no bairro da Pedreira, em
Barcarena-Sede.
Com informações da ASCOM/PMB
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