O Conselho Nacional de Justiça solicitou ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina que determine a realização de um exame de sanidade no juiz Fernando Cordioli Garcia, de 33 anos, conhecido como um crítico feroz do Poder Judiciário catarinense.
O juiz foi afastado da comarca de Otacílio Costa, a 250 km de Florianópolis, pela Corregedoria do TJ-SC sob acusação de "participação político-partidária" e "instabilidade" e enfrenta ainda um processo disciplinar no próprio tribunal, que pede sua aposentadoria compulsória. As informações são do UOL.
O juiz é alvo de, ao todo, 12 queixas por colegas juízes, advogados, membros do Ministério Público, políticos e servidores do Judiciário. O CNJ determinou a devolução do processo ao TJ-SC, sem exame de mérito das acusações, solicitando o exame de sanidade.
O corregedor Vanderlei Romer, do TJ-SC, afirmou, no processo disciplinar que tramita no tribunal catarinense, que Cordioli "dedica-se à atividade político-partidária (...), manifesta-se pelos meios de comunicação (...), não trata com cortesia os colegas, não usa linguagem respeitosa (...) e não guarda reserva sobre dados ou fatos que tomou conhecimento no exercício da atividade jurisdicional".
Único voto contrário ao afastamento do juiz, o desembargador Salim Schaed dos Santos comparou o magistrado com o perfil dos ministros Joaquim Barbosa e Eliana Calmon, o definindo como “um juiz moderno e da "corrente do ativismo judicial".
O magistrado é ainda acusado pelo Ministério Público estadual de usar linguagem ofensiva contra seus membros. Em despacho, Cordioli chegou a escrever que um promotor deveria "se olhar no espelho".
Em outro despacho, sugeriu que o promotor “engavetava acusações contra a elite e os coronéis da política da cidade" e só processava "PPP" (pretos, pobres e prostitutas)”.
Fonte: Conjur.
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