Para a maioria das pessoas, cemitérios são locais onde tudo morre, vira pó e passado. Alguns chegam a ter medo de pôr os pés no lugar.
Mas para Hamilton Correia da Silva, 44 anos, estar em meio aos túmulos, enterrando cadáveres, abriu as portas para uma vida nova.
Hoje, ele admite que o trabalho como coveiro foi fundamental para a conquista de um sonho: entrar na universidade.
“Estava parado há 16 anos antes de voltar à sala de aula e fazer uma graduação. O cemitério foi o único lugar onde consegui estudar”, conta. Neste domingo (28), já bacharel em Direito depois de 5 anos de dedicação, Hamilton encara o 10° exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
De família humilde, Hamilton fez de tudo um pouco antes de aceitar o emprego no cemitério de Vila Nazaré, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife, cidade onde reside. Imprimiu estampas em camisas, fez bico de eletrotécnico, foi auxiliar de serviços gerais e operou máquinas em uma fábrica de bebidas.
“Minha mãe sempre colocou a educação em primeiro plano, mas a falta de condição não me permitiu concluir os estudos quando era mais novo. Estudar no Brasil é caro e difícil”, comenta.
Fonte: G1
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